Grata àquelas que lhe garantem o oxigênio
E sustentam o caule, que sustenta o cálice
Com sincero amor, faz homenagem essa flor
Suas pétalas as referenciam em forma e cor
E de tanto homenageá-las, vem ao ápice
De aproximar-se, semelhante em semblante
Em função, em postura, e até em simplicidade
Mas eu pergunto: não deixou a flor de ser flor?
Teria ela se equivocado sobre o seu Senhor?
O olhar excessivo às folhas pode ter lhe roubado o céu
E isso acontece quando não enxergamos a Deus
Quando nossa gratidão se concentra na criação
E não vê, acima de tudo, o Criador por trás da ação
Cuja mão move o ardor e o agir de todos os Seus
O culto ao Senhor, a reverência e homenagem a Deus
Torna-nos mais autênticos, com identidade mais pura
Diferente de quando amamos demais outra coisa
Seja algo lindo, a paisagem, a viagem, uma flor ou folha
Caímos na enfermidade que só o verdadeiro amor cura
Pior, no entanto, é amar algo hediondo, sórdido, impuro
Como o dinheiro, o ego, o poder, o prazer, acima de tudo
