Em cada rosto sofrido
É possível ver Jesus Crucificado
Que compadece do sofrimento e nos ama
Apesar do nosso insistente pecado
Em cada olho marejado
Que, de águas e mágoas, se molha
Reflete na íris o apiedado olhar
De Quem, com compaixão, nos consola
Numa calçada dura, de pedra fria
Na pele seca e rachada do abandonado
Uma mão invisível alisa e toca a alma
E aquece o interior do corpo congelado
Salva o humilde que está em apuros
Num sofrimento de roer o osso
Não sei mesmo o que seria dos pobres
Se o Senhor não fosse atencioso
Sua piedade alcança o que sofre
E salva o humilhado da total ruína
Regenera a vida, oferecendo a paz
E dá um coração constante, ainda
Pois quando a alegria é contagiante
E nos olhos cintilam doçura de mel
A face resplandece e dá claros sinais
Da eternidade no Reino dos Céus
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