Adorado Senhor, cujas mãos
A que me entrego por inteiro
Foram entregues ao madeiro
E aos pregos de atroz pregação
Mãos que nos conduzem com zelo
Com que toca o rebanho o Pastor
Mãos essas, repletas de um amor
Que recebe os pregos sem desespero
Mãos que nos livram do cativeiro
Que abrem caminho e semeiam paz
As boas mãos em que todo fiel jaz
Ali, perfuradas, traídas por dinheiro
Doces e amorosas mãos que curam
Furadas por um ferro cruel e rude
Torturadas por nossa vil atitude
De mãos ingratas que as perfuram
Mãos que se abrem e nos perdoam
Na caridade que adiamos exercitar
Em gestos gentis com que se doam
A quem lhe causa dor por não amar
Arrependo-me enfim da minha crueldade
E assim me submeto à Sua suave lida
Com a certeza de que dou-me à bondade
Dessas mãos em que deposito a vida
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