quarta-feira, 19 de julho de 2017

DIVINO ACENO


No banco de trás de um automóvel
Estava, com dois amigos, na frente
Um sai, o outro, ao volante fica
E o sol do final da tarde, ainda ardente

O brilho intenso me acaricia o rosto
Eu suspiro e os meus olhos marejam
E mergulho com um profundo desejo
Onde os meus pensamentos estejam

Meu Deus, meu Senhor, amado Pai
Enternecido, pelo carinho, eu aceno
O amigo então me pergunta as horas
Eu procuro o celular no bolso, tremendo

Perplexo pela atenciosa precisão
Vejo no visor os dezessete da hora
E os trinta e três do maravilhoso minuto
Meu peito se derrete de amor, agora

Digo trêmulo a informação ao amigo
E me volto ao Sol com o peito ardendo
Minha face é inundada pelas lágrimas
Que escorrem, as dores se derretendo

Obrigado, meu Senhor, por tanto calor
Por esse afago que me ensina a amar
Amolecendo meu coração de pedra
E me proporcionando na poesia voar



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