domingo, 15 de outubro de 2017

TRANSPARÊNCIA

Eu tiro as minhas sandálias
E fico nu, perante o Senhor
Não esconda minh'alma nada
Nem para disfarçar minha dor

Translúcido eu seja, aos olhos
De quem me ama e me criou
Sou fraco, com juízos falhos
Vulnerável e pecador eu sou

E quanto mais me conheço
Eu me prostro, arrependido
E necessito de Vossa graça
Pois tendo a errar, eu admito

Sem as Vossas misericórdias
Definhava e sumiria na lama
De que adianta me defender
De Quem tudo sabe e me ama?

Então, eu quero escancarar
Tudo o que existe em mim
O mais sutil e mal pensamento
Os espinhos do meu jardim

Ajuda-me, Senhor, a dissecar
Sonda meu coração, no fundo
E o purifique com Vosso olhar
De compaixão e amor profundo


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